Eusébio, Luís Figo, CR7: as três gerações que marcam o futebol de Portugal

Portugal National Team soccer player for the UEFA 2020 European Championship, in Oeiras, Portugal, 10 June 2021

Portugal National Team soccer player for the UEFA 2020 European Championship, in Oeiras, Portugal, 10 June 2021 Source: AAP Image/EPA/FPF HANDOUT

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Nos anos 60 do século XX, Portugal teve uma geração gloriosa no futebol, mas que ficou pelo 3º lugar no Mundial de 66 em Inglaterra e ganho pelos ingleses: foi a equipa com Eusébio, Coluna, Simões, José Augusto, Jaime Graça e outros craques.


Eusébio era o rei dos golos. Naquele tempo, o brasileiro Otto Gloria, como treinador, soube dar mentalidade ganhadora à equipa que ficou conhecida como a dos “Magriços”, mas a meia-final com Inglaterra barrou o caminho aos portugueses, que perderam na semifinal por 2-1, perante essa Inglaterra que haveria de ser campeã.
Foi uma seleção portuguesa que conseguiu impor-se por 3-1 ao Brasil de Pelé (o rei Pelé saiu durante o jogo, após uma falta feia de um defesa português) e que veio a garantir o 3º lugar, após vencer a União Soviética, por 2-1.

Mais tarde, já na viragem do século XX para o atual XXI, surgiu a que é conhecida como “geração de ouro” do futebol português: tinha Luís Figo, Rui Costa, Paulo Sousa, Pauleta, João Pinto, Vítor Baía, Fernando Couto e outros talentos.
Também não conquistou qualquer título principal – apesar de ser uma geração bicampeã mundial em juniores.

A grande depressão para esta geração foi a derrota em Lisboa, 0-1, diante da Grécia, na final do Euro-2004. Este foi um campeonato em que começou a aparecer, ainda com 18 anos, Cristiano Ronaldo.

É com Ronaldo, o CR7, que os seniores de Portugal conquistam triunfos máximos: o Euro de 2016 (triunfo em Paris diante da França) e a Liga das Nações em 2017 (triunfo no Porto, diante da Holanda).

É a equipa de Cristiano Ronaldo a que vai defender o título europeu neste campeonato de 2020 que a pandemia faz jogar em 2021.
Esta é, provavelmente, a mais forte seleção portuguesa de sempre.

É composta por futebolistas que jogam nos principais clubes da Europa e todos têm grande empatia com o treinador, Fernando Santos, um engenheiro de formação que se tem revelado mestre na tática e na psicologia.

Há uma dúvida em relação ao rendimento da seleção portuguesa neste euro: os dois maiores expoentes desta equipa, Cristiano Ronaldo e Bruno Fernandes, tiveram uma época muito dura e desgastante. Será que vão recuperar a melhor forma? O modo como jogaram e marcaram golos no jogo de preparação com Israel faz pensar que estão revitalizados, após uma curta semana de pausa.

Mas há que seguir com atenção outros jogadores que podem afirmar-se como entre os melhores do mundo nos seus postos.

É o caso do defesa central Rúben Dias, jogador do Manchester City, que acaba de ser considerado o melhor futebolista desta temporada no campeonato de Inglaterra. Rúben tem tudo para brilhar ao lado do poderoso luso-brasileiro Pepe. Vários comentadores consideram mesmo Pepe e Rúben como a melhor dupla de centrais da atualidade.

Também atenção a Bernardo Silva, que alguns apontam como o Messi português.

João Félix, João Cancelo, Nuno Mendes, Sérgio Oliveira, podem ser outras grandes figuras neste Euro. Os raids poderosos de Renato Sanches podem dar a volta a jogos encravados.

A seleção portuguesa, em outras épocas, teve sempre algum ponto fraco: ora não tinha goleadores, ora não tinha laterais. Agora, tem pelo menos dois jogadores de topo para cada posição.

É assim que esta equipa de Portugal está entre as seleções favoritas deste campeonato europeu.


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