Angelita Pires: "Reinado foi uma vítima, usado e descartado quando não tinha mais serventia" - entrevista em inglês

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"Eu literalmente não tinha escolha, para poder levar adiante a minha vida. Em segurança, digo." Angelita Pires explica a Beatriz Wagner, da Rádio SBS, porque vai processar o presidente José Ramos-Horta, e muitos outros em Timor-Leste, Austrália e Portugal, por difamação. Ela foi acusada pelo presidente de ter sido a autora intelectual dos ataques à sua residência no dia 11 de fevereiro de 2008, mas foi declarada inocente nos tribunais. Ela faz a lista de todas as suas perdas, incluindo o seu companheiro Alfredo Reinado, morto no ataque, e a gravidez de quase cinco meses que terminou com um aborto natural, inicialmente sangrando numa cela em Dili, sem assistência médica, até a perda do neném em casa, alguns dias depois. Angelita Pires também fala dos planos de escrever a sua autobiografia e de seguir a carreira política em Díli, elogiando o partido de Fernanda Borges. Sobre os ataques do 11 de fevereiro, ela diz que "Reinado foi ele mesmo uma vítima, assim como a polícia e os militares. Foram usados como instrumentos para ganhos pessoais. Alfredo foi apenas um deles e foi descartado quando já não tinha mais serventia. Eu realmente acredito nisso." "Para chegar ao fundo do 11 de fevereiro temos que olhar para a crise de 2006... uma crise política para derrubar um governo legítimo que, no caso, era a Fretilin, na altura", diz ela.



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