A história de dois navios franceses que só foram encontrados quase 200 anos depois da última escala em Botany Bay, na Austrália

livro naufrágio

Capa do livro 'Au-delà d'un naufrage', de Valérie Jeauneau e Jean-Christophe Galipaud, sobre o naufrágio de dois navios franceses no Pacífico no século 18. Source: La Perouse Museum & Headland

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A extraordinária aventura científica de descoberta, com revelação do dramático destino dos náufragos do La Bussole e L’ Atrolabe é nos contado no livro 'Au delà d’ un naufrage' maravilhosamente ilustrado, com relatos detalhados e documentos inéditos, dos autores Valérie Jeauneau, repórter da televisão pública francesa, autora de reportagens no Pacífico Sul, e Jean-Christophe Galipaud, o arqueólogo que conduziu as fundamentais expedições reveladoras.


La Bussole e L’ Atrolabe (a Bússola e o Astrolábio) são dois navios franceses, classificados como fragatas, envolvidos na expedição marítima em volta do mundo, empreendida há 236 anos, sob comando de Jean-François de La Pérouse, por encomenda do rei francês Luis XVI.


A expedição com estes navios zarpou do porto francês de Brest em 1785, sabe-se que 10 de março de 1788, partiram da baía oceânica de Botany Bay, referenciada como berço da Austrália.


A partir daquela escala australiana, nunca mais houve notícia do La Bussole, do L’ Astrolabe, das tripulações e do prestigiado comandante da expedição, La Pérouse.


Cinco anos depois, em 1793, França enviou dois navios apropriadamente chamados La Recherche e L’ Espérance ( a Procura e a Esperança) em busca da expedição desaparecida. Sem qualquer resultado positivo.


Mais de 30 anos depois, em 1828, Peter Dillon, comandante de um navio irlandês, numa escala na ilha de Tikopia, no arquipélago de Santa Cruz, na Polinésia, veio a encontrar objetos que foram associados aos navios que tinham desaparecido.


Esta revelação foi transmitida e dois anos depois uma outra expedição liderada por Jules Dumont D’Urville iniciou novas pesquisas. Sem novos resultados.


Foi preciso esperar mais de um século, até 1964, para finalmente serem descobertos destroços do L’Astrolabe e do La Bussole. Foi naquela zona das ilhas Vanikoro e Tikopia que foram lcalizados,m muito perto um do outro.


Terão naufragado em 1793 perante a fúria de um ciclone.


Identificados os primeiros destroços significativos, seguiram-se várias expedições à procura de mais.


Destacam-se as investigações da equipa liderada elo arqueólogo francês Jean-Christophe Galipaud que, a partir de 1999 em volta do estuário do rio Lawrence permitiram encontrar objetos que possibilitam decifrar o que teria sido a vida dos náufragos na sobrevivência naquela ilha isolada.


Foram encontrados fragmentos de porcelana de Macau, pedaços de bronze, restos de cachimbos, botões de uniforme de marinheiro, facas, vasilhas e muito mais.


Especialmente relevante a descoberta de um campo entrincheirado que os tripulantes sobreviventes dos dois navios terão construído para se protegerem.


Toda esta extraordinária aventura científica de descoberta, com revelação do dramático destino dos náufragos do La Bussole e L’ Atrolabe é nos contado num livro maravilhosamente ilustrado, com relatos detalhados e documentos inéditos, título, Au delà d’ un naufrage, Les survivants de l’éxpedition Lapérouse. Autores: Valérie Jeauneau, repórter principal da televisão pública francesa, autora de várias reportagens no Pacífico Sul, e Jean-Christophe Galipaud, o arqueólogo que conduziu as fundamentais expedições reveladoras.


Galipaud tem história de vários anos de investigação no Pacífico Sul, é autor ou co-autor de vários livros, por exemplo o muito interessante Sea Nomads of Southeast Asia.


Por agora a recomendação é mesmo este envolvente Au dela d’un naufrage – para além de um naufrágio, os sobreviventes da expedição Lapérouse.



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